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Um exercício mental: da imaginação ao campo vetorial

Eng. Cleber Feitosa11 de mar. de 20252 min de leitura

  • Matemática
  • Física
  • Imaginação

1. Vamos fazer um exercício mental

Se imagine parado no mesmo local em que se encontra agora. Deixe que a cena mature, ganhe vida e conteúdo, deixe que aos poucos os objetos ganhem massa e densidade, e que do vazio surja forma.

Peço que pondere sobre o que foi criado. Se trata de uma foto? um vídeo? uma cena?

Estamos cotidianamente tão imersos em telas, folhas, páginas, planos. A humanidade da nossa geração gasta eras inteiras de sua própria vida subtraindo dimensões de sua capacidade perceptiva.

2. A construção imaginária

A imaginação proposta não é uma imagem, não é uma foto desprovida de profundidade ou peso. É um construto reflexo do próprio indivíduo, representando o nível de detalhamento que este depreende do seu entorno.

Ela possuirá profundidade, se o conceito e treinamento da nossa percepção espacial estiver calibrado para tal. Possuirá também gravidade, massa e peso, se entendermos seus efeitos e limites. Terá luz se entendermos sua dual natureza, e vida se ela estiver ao alcance da nossa compreensão.

Sugiro, vagarosamente, que desfaçamos o que foi construído: se houver cor, que seja eliminada; o mesmo para densidade, reflexo e movimento. Restarão contornos de arame, pontos flutuantes cristalinos — nossa nuvem de pontos.

3. Do espaço ao vetor

Perceba que esses pontos nada mais são do que extremidades de distâncias relativas entre o limite do nosso corpo e os corpos ao redor.

Assim, podemos substituir essa nuvem por retas orientadas entre limites. E nesse simples passo, escapamos do mundo das grandezas escalares e entramos no multiverso vetorial.

Se adicionarmos sentido às retas, teremos um campo vetorial tendo nosso corpo como fonte. Mas podemos também fixar uma parede como referência, transformando o mapeamento em um campo vetorial orientado do ambiente.

4. A síntese

Com imaginação, pontos, retas e setas, criamos uma forma de representação matemática do espaço ao nosso redor.

Esse exercício mostra como a percepção pode ser traduzida em vetores, movimento e campos — conectando nossa experiência subjetiva ao rigor matemático.

Um lembrete de que o cotidiano, quando reinterpretado, é cheio de portas abertas para mundos inteiros de pensamento matemático e físico.


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